Páginas

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O problema em redefinir


Distorceram definições e inverteram os valores. Com a manipulação das palavras e uso de eufemismos é possível fazer tudo que Deus proíbe, camuflando de obediência. É proibido adorar imagens, mas substitua “adorar” por “venerar” e isso se tornará permitido, mesmo que na prática o venerar seja “ajoelhar-se perante ela enquanto dirige louvores e orações”. A palavra de Deus também proíbe sexo antes do casamento e manda que amemos o próximo, mas “fazer sexo” e “fazer amor” se tornou a mesma coisa, logo, “fazer amor com o próximo” será algo recomendado, ainda que o ato continue sendo o mesmo.
Conceituaram religião como o ópio do povo, alguns dizem que o Cristianismo é uma bengala para aleijados intelectualmente, uma lavagem cerebral e uma forma de alienação e escravidão, mas certamente aqueles que assim o definem estão generalizando, igualando o cristianismo às mentiras confortáveis inventadas pelo homem (2 Tm 4.3,4), estes sim estão alienados, certamente nunca conheceram a verdade que liberta (Jo 8.32) e nunca foram transformados pela renovação do entendimento (Rm 12.2), eles dizem que preferem ter a liberdade de fazer o que quiserem a serem seguidores dos ensinamentos de um homem que morreu (E RESSUSCITOU!) há 2.000 anos. Falando em liberdade, eis a definição (distorção) que deram a ela: “É fazer tudo que se tem vontade de fazer na busca do prazer, sendo escravo dos seus impulsos e desejos...” Quanta contradição! Que liberdade é essa que autoescraviza? O que chamam de liberdade eu conheço como hedonismo e, na verdade, penso ser uma das mais poderosas formas de escravidão.
Mudar o conceito não resolve o problema, o mal continuará sendo mal ainda que o chamem de bem, assim como chamar o sal de açúcar não vai torná-lo doce. No entanto, foi isso que fizeram, relativizaram a verdade, todos preferem ser essa metamorfose ambulante, mas quando o assunto é algo que vem da parte de Jesus muitos preferem ter aquela velha opinião formada (de que isso é assunto que não se discute). Essa é uma metamorfose retrógrada, inversa, diferente da lagarta que se transforma em uma linda borboleta.
Mudaram inclusive a definição de Deus. Ensinaram para os baixinhos que ele é o cara lá de cima que te dá tudo que você quiser (como seríamos mimados se fosse assim...). Outros dizem que ele é o vilão do universo que manda pessoas pro inferno, mas esquecem que ele é o Criador do Universo e que nos amou de tal forma que deu seu único filho para que fôssemos salvos da nossa merecida condenação. “Meu Deus!!! Você nem sabe do pior”: o nome de Deus virou uma interjeição!!! Deixou de ser sagrado e usado em oração e agora é usado antes de uma exclamação! Use para atribuir suspense a sua frase, ainda que seja pecado usar o nome dEle em vão! Mas qual o problema nisso? Ignore o que a Bíblia diz e defina pecado como um simples erro que pode ser reparado com um pouco de caridade.
Hoje em dia até mesmo grosseria, escárnio e racismo são admirados, contanto que seja engraçado... Como ser grosseiro e admirado por isso? Basta ser engraçado. Os milhares de seguidores do “seu Lunga” concordarão com isso. E como debochar dos crentes sem parecer um intolerante? Basta tornar isso engraçado! A irmã (irmã?) Zuleide te ensina como fazê-lo.
Por se propagar a inversão de valores, o que antes parecia antônimo se tornou sinônimo. Assim, o desonesto é chamado de esperto, a virgem é criticada, a piriguete é elogiada, o sexo sem compromisso é valorizado e o casamento é banalizado. Os homens dessa geração orgulham-se de pegar todas na balada e se envergonham de levar flores a sua amada. O romantismo já não serve, muitas mulheres preferem um cafajeste, mas o que esperar de uma geração que ouve as advertências do Wesley Safadão e ignora os provérbios de Salomão?
"Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce por amargo!" (Is 5.20).

“De tanto ver triunfar as nulidades,

de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”.

                                               (Rui Barbosa)

Ari Arrais