Muitas são as formas pelas quais as pessoas externam seu fanatismo. Algumas vestem calças apertadas de cor verde ou amarela, outras vestem uma capa preta e entopem o rosto de maquiagem, há quem faça uma franja e esboce um semblante melancólico, existem aquelas que sobem escadarias de joelhos e carregam imagens de gesso pelas ruas em procissões, existem também aquelas que vestem a camisa de um time de futebol e por amor (amor?) a esse time elas histericamente choram, gritam e agridem a torcida adversária. Do outro lado do mundo, alguns chegam a matar pessoas que não têm as mesmas convicções religiosas deles.
Bandas de música, religiões e times de futebol são formadores de muitos fanáticos, mas a grande questão é: por quem ou pelo que vale a pena ser fanático? (Se é que vale). Alguém que é fanático por uma banda de música e se veste igual aos seus integrantes geralmente recebe em troca uma depressão (devido às músicas melancólicas) e ouve piadas pela forma exótica como se veste. Além de tudo, o ídolo nem sabe que o fã existe. Torcer por um time de futebol é muito bom e natural, mas o problema se dá quando a vida gira em torno dele, quando ele passa a ser o principal assunto em seus círculos de amizade, quando uma simples camisa passa a ser chamada de manto sagrado e, para completar, quando o time vence o campeonato o torcedor não recebe uma porcentagem do prêmio pelos seus gritos, choros e deboches.
E quanto aos fanáticos por imagens de gesso ou madeira? Apesar da idolatria, eles pensam ser verdadeiros cristãos, mas a Bíblia diz que: “nada sabem os que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar.” (Isaías 45.20b). A Bíblia cita uma dúzia de passagens que condena essa prática pecaminosa. Mas e quanto a mim? Sou fanático? Vejamos algumas definições:
1) Paixão cega que leva alguém a excessos em favor de uma religião, doutrina, partido etc.
2) aquele que tem uma paixão ou crença excessiva em algo ou alguém; apaixonado;
De acordo com a primeira definição, devo afirmar que não se encaixa ao meu perfil, pois minha “paixão” não é cega, meu amor por Deus é racional e fundamentado, minha fé é baseada também em fatos. Deus não manda que o amemos cegamente, usando apenas um coração emocionado, mas que façamos uso do entendimento: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.30).
Mas de acordo com a segunda definição, concluo que sou um fanático, pois minha “paixão” e crença em Deus são realmente excessivas, pois além de amá-lo com todo o entendimento eu o amo com todas as minhas forças. Esse amor excede a paixão de um torcedor por um time, excede a paixão de um jovem por uma banda de música e excede a paixão do pagador de promessas por seu “santo”.
Alguns extremistas religiosos são capazes de matar para defender o seu deus morto. Eu não sou capaz de matar, mas estou disposto a morrer pelo meu Deus (que está vivo). Não digo isso de forma irracional, fazendo uso de emoções, mas com convicção e entendimento. Eu não sou fanático por uma ideia, uma tradição, uma banda de música, um time de futebol ou um deus morto, mas sou “fanático” pelo verdadeiro Deus, que me dá a vida eterna! A vida eterna vale mais do que 90 minutos de emoções na frente da televisão, mais do que algumas horas de show de rock e mais do que a falsa esperança em um deus de mentirinha!
Por Ari Arrais
Por Ari Arrais